"O Caminhoneiro de Deus"
Era o pior momento da vida daquele homem. Ele havia perdido o emprego, e pouco tempo depois, sua amada esposa partira, vencida por uma grave doença. A dor era imensa. Sem rumo, ele tentou recomeçar. Procurou trabalho em sua cidade, mas sem sucesso. Enviou currículos para empresas nas cidades vizinhas, sem retorno.
Mas certo dia, uma luz pareceu surgir no fim do túnel. Recebeu uma ligação: uma empresa de uma cidade distante queria entrevistá-lo para uma vaga. Era uma chance real, e ele agarrou-a com esperança. Na data marcada, acordou cedo, tomou café e partiu animado, decidido a não se atrasar.
Dirigia seu velho automóvel com os olhos cheios de fé, mas a poucos quilômetros da cidade do destino, sentiu algo estranho no carro. Encostou no acostamento, saiu e, com raiva contida, constatou: o pneu estava furado. Foi até o porta-malas — e o desalento aumentou. O estepe também estava vazio.
Frustrado, deu um chute no carro e gritou para o céu:
— Meu Deus, por que tudo isso está acontecendo comigo? Sempre fui honesto, trabalhador. Fui um bom marido, e perdi a mulher que mais amei. Agora que aparece uma oportunidade, isso acontece? Jesus, se você realmente existe, onde está você? Por que não me ajuda? Eu não mereço isso!
Nesse instante, como que vindo do nada, um caminhão desacelerou e parou no acostamento. Um caminhoneiro, de semblante sereno, desceu calmamente e se aproximou:
— Precisa de ajuda, amigo?
Sem pensar muito, o homem explicou a situação. O caminhoneiro o ouviu com atenção e disse:
— Suba. Eu te levo até a cidade. Você não vai perder essa entrevista.
No caminho, conversaram pouco. O caminhoneiro parecia saber exatamente o que fazer. Deixou o homem na porta da empresa e se despediu com um sorriso tranquilo.
A entrevista foi um sucesso. O homem foi contratado. Quando saiu da empresa, o caminhoneiro já o esperava, como se soubesse exatamente o horário. No caminho de volta, contou que havia mandado consertar os dois pneus enquanto ele estava na entrevista. Chegando ao local do carro, ainda o ajudou a trocar o pneu.
Na hora da despedida, o homem, agora sereno e emocionado, estendeu a mão com gratidão:
— Eu não sei como te agradecer. Me diga ao menos quanto te devo.
O caminhoneiro recusou com um sorriso gentil:
— Não é nada. É um presente. Espero que tudo dê certo na sua vida a partir de agora.
O homem insistiu, mas o caminhoneiro balançou a cabeça.
— Bem... — disse o homem, com os olhos marejados — só posso agradecer. Mas, por favor, qual é o seu nome?
O caminhoneiro olhou profundamente em seus olhos, como quem falava à alma, e respondeu com voz firme e suave:
— Meu nome é Jesus.
Então, entrou no caminhão, ligou o motor e desapareceu estrada afora.
O homem ficou ali, em silêncio, ajoelhado à beira da estrada, com as lágrimas escorrendo no rosto. Não conseguia acreditar no que acabara de viver. Sentia que, naquele dia, havia encontrado muito mais do que um emprego. Havia reencontrado a fé.
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